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PESCA DE PRAIA - SURFCASTING

 

 

 

 

 

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O objectivo do surfcasting é a pesca em praias. O lançamento na rebentação necessita de praias recortadas caracterizadas pela inconstância do seu perfil e mar batido. É nestas condições que alguns dos peixes procuram alimento. Com uma boa ondulação, as águas são bem oxigenadas e o fundo da praia é revolvida de forma a que os peixes procurem comida. Para este tipo de pesca é importante a prática, a observação do mar e a acumulação de experiências.

 

 

É um dos estilos de pesca mais apreciado e praticado, mas é também aquele que requer maior esforço físico. Mas atenção ...não é a força bruta que possibilita um bom lançamento, mas sim a técnica correcta e a experiência do pescador.

 

É também seguramente a técnica de pesca mais utilizada em Portugal para a água salgada, por não exigir grandes conhecimentos técnicos nem material muito sofisticado e, principalmente, devido à grande extensão da costa portuguesa, com imensas praias adequadas a esta modalidade.

 

Nesta técnica de pesca o design da cana é um dos factores mais complexos da produção de canas de mar. Há uma imensa variedade para escolha, entre comprimentos, perfis, espessuras e materiais de construção, o que complica a escolha, sendo o design do corpo mais um dos factores de ponderação. E como não existe um parâmetro único nem um padrão óptimo, a escolha da cana, tal como a compra de vestuário, deverá ter em conta a estatura do utilizador, o seu estilo de lançamento e a sua força - assim, é aconselhável experimentar sempre uma cana antes de a comprar, caso tenha um amigo que possua uma igual.

Na escolha de um local para a prática de surfcasting, deverá começar por visitá-lo com a maré baixa, tendo em atenção as características das zonas inferior e superior da costa, o que o ajudará mais tarde, durante a acção de pesca. Aves marítimas a mergulhar indiciam a presença de peixe junto à superfície, normalmente predadores.

As praias de fundo arenoso são as mais vulgares, e podem ser de partículas finas, que são ricas em minhocas de areia, berbigão e camarões, e atraem as espécies que deles se alimentam - ou de partículas grossas, que assentam com rapidez e têm normalmente rebentação forte, que são geralmente óptimas para os robalos, linguados, rodovalhos e solhas.

Os peixes deslocam-se ao longo dos canais provocados pela ondulação e são atraídos pelos bancos de areia, onde desenterram os alimentos, ou aguardam em buracos nas extremidades das zonas de rebentação, para se alimentarem do que até lá é arrastado.

Nas praias de rebentação com uma inclinação ligeira são aconselháveis lançamento muito longos, mas numa praia íngreme os lançamentos deverão ser curtos ou médios.

Como sabemos, as praias de fundo arenoso tem sempre uma escassa diversidade de espécies, ao contrário das de cascalho ou de fundo com rochas, que atraem muitas espécies diferentes.


 

 

Depois de feito o lançamento, é só colocar a cana no apoio e... esperar, com  a paciência de pescador...

 

Só há uma técnica a usar, a que permite executar um lançamento perfeito e preciso. É o lançamento vertical, de frente para o mar. Além do mais, como ficamos virados para as ondas, não corremos o risco de ter uma surpresa desagradável... Às vezes, dá jeito entrar na água para ganharmos alguns metros (que podem ser preciosos!) e lançarmos para «os domínios» dos grandes peixes. No entanto, aconselho-vos a apenas o fazerem no Verão, a menos que estejam equipados com botas altas.

Com a asa do cesto aberta, exerça uma leve pressão sobre o fio com o indicador direito (se não é canhoto).
Incline a cana para trás, sobre o ombro, até ficar quase na horizontal e a chumbada aflorar o chão. Agarre no punho da cana com a mão esquerda e, com rapidez, erga a ponteira, imprimindo maior força ao balanço quando a cana se aproximar da vertical.

A força dada pelo movimento do braço, juntamente com a flexibilidade da cana, produzirão o impulso suficiente para o lançamento da chumbada. 

Quando a cana estiver vertical e você sentir o nylon pressionar o seu dedo, solte-o e deixe-o correr livremente.
A chumbada voará sobre as ondas e irá cair lá longe, originando um pequenino repuxo.
Deixe-a afundar-se durante alguns segundos e, em seguida, recue para a areia e vá colocar a cana no apoio, recuperando um pouco de linha para que fique em tensão. 

Uma vez executado o lançamento, só lhe resta aguardar o toque. Se, normalmente, é distraído, prenda um guizo à ponta da cana para que ele o alerte assim que a ponteira começar a vibrar. 

Cuidado com a regulação do travão (drag) – se estiver apertado demais, a cana pode cair ou a ponta de linha partir-se no momento do toque. Experimente puxar um bocadinho o fio entre dois passadores; se o travão estiver bem regulado, o fio cederá. No momento do toque, mantenha-se calmo. 

Descanse, que a linha não se parte, a elasticidade de 100 metros de nylon, dentro de água, e a da própria cana são mais que suficientes para aguentar um peixe normal, até ele se cansar. Se, porém, se tratar de um verdadeiro «monstro marinho», não se aflija: traga-o para terra o mais rapidamente possível, embora lhe vá acompanhando o movimento. Se ele nadar em paralelo á praia, siga-o, de cana levantada. Assim que ele parar, rebobine e recupere. Verá que o peixe se cansa muito mais depressa do que você, o que se nota por diminuir a resistência da parte dele. Puxe-o, sem hesitar. Pode, se quiser, entrar na água e apanhá-lo à mão; senão, arraste-o até à areia...

Para a prática desta modalidade de pesca devem utilizar-se canas com um comprimento mínimo de 4,5 m (o ideal é 5m) e capacidade de lançamento entre 150 e 250 grs, um carreto potente com uma capacidade de pelo menos 200 metros de linha 0,30, e um suporte para apoio da cana.

 

 

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