Na escolha da
embarcação deve ter-se sempre em conta o tipo de utilização que
pretendemos dar-lhe (pesca, mergulho, passeios, desportos
náuticos, etc), a lotação desejada, a zona em que a iremos
utilizar e o tipo de percursos.
Uma das
escolhas de maior importância será a motorização: a potência,
fundamental para o correcto equilíbrio casco/motor (as
embarcações são certificadas pelos fabricantes – potências
máxima e mínima recomendadas) – uma embarcação sub-motorizada
terá sempre dificuldade em iniciar a planagem levando a um
aumento do consumo, navegará com a popa baixa e proa levantada,
criando uma condução difícil e desagradável, obrigando ainda a
um elevado regime de rotações quando navega.
Uma
motorização adequada permite uma navegação agradável, com um
consumo equilibrado de combustível e um aumento da segurança a
todos os níveis.
A escolha da
motorização deve recair sobre marcas/fabricantes com garantias
dadas no mercado, garantias de estabilidade (continuidade de
fabrico, comercialização e assistência), cumprimento das normas
legalmente exigidas para o produto, e qualidade dos serviços
técnicos autorizados, bem como prazos aceitáveis na entrega de
peças e consumíveis.
Numa embarcação a motor, no arranque deve dar-se
a rotação necessária para a embarcação tirar o mais rápido
possível a maior parte do casco da água e entrar a planar.
Logo que esta fase esteja alcançada baixar a rotação do motor
gradualmente para níveis que permita que a mesma continue a
planar a uma velocidade de cruzeiro aceitável para as condições
do mar e utilização pretendida.
Em termos genéricos num motor fora de bordo em que a rotação
máxima seja de 5.500 a 6.000 rotações, na fase de cruzeiro para
uma velocidade/consumo aceitável a embarcação deverá andar a
regimes entre as 4.000 e 5.000rpm. Quanto menor for a rotação
(desde que a embarcação se mantenha a planar) bastante menor
será o consumo e melhor a navegabilidade da embarcação.
A altura da coluna do motor é importante pois o
meio propulsor (hélice) para um correcto funcionamento deve
estar, abaixo do ponto mais baixo do casco e portanto como as
embarcações tem alturas do painel de popa diferentes os
fabricantes de motores também têm para a mesma potência modelos
com diferentes alturas de coluna.
O passo e diâmetro do hélice são factores
preponderantes para o bom desempenho da embarcação. Com um mesmo
casco e mesmo motor por vezes tem de se alterar o passo do
hélice para que o conjunto consiga o equilíbrio necessário. Numa
embarcação que normalmente transporta 3 pessoas e pouca carga,
se transportar 6 pessoas e peso mais considerável, poderá ter de
se baixar o passo do hélice. Por exemplo se puxar um praticante
de ski poderá ter de alterar o passo do hélice.
Normalmente passos de hélice mais baixos implicam mais
força/arranque e passos mais altos mais velocidade de ponta. O
adequar do passo de hélice tem também muito a ver com a rotação
que o motor atinge nos regimes altos.
Há fabricantes que definem previamente um passo de hélice por
cada modelo de motor e outros que permitem ao cliente poder
trocar e acertar aquando da entrega da embarcação na água e
respectivos testes de mar iniciais.
É recomendável que fique expressamente previsto no contrato de
aquisição a entrega da embarcação na água e teste de mar, bem
como clarificado se a possível troca de hélice tem custos para o
cliente ou não.
Deverá sempre centrar-se e regular-se a altura do
motor, afinando a fixação, de maneira que a placa de cavitação
esteja correctamente alinhada em relação ao fundo do casco. Os
manuais dos fabricantes dos motores têm informação detalhada
sobre esta questão.
Devem isolar-se correctamente os parafusos de fixação do motor
ao painel de popa, com selante marítimo de boa qualidade e
instalar-se cabos de comando de qualidade, com a dimensão
correcta para a embarcação em causa pois demasiado compridos ou
no limite do comprimento, darão origem a problemas com o
engate/desengate na caixa de comandos.
Na instalação eléctrica devem ser usados cabos
com o diâmetro correcto e não fazer emendas nos mesmos, além de
proteger a(s) bateria(s) com, no mínimo, um corta corrente. É
fundamental para a segurança no mar que pelo menos uma bateria
possa ser protegida para garantir que, no caso de se ter estado
com os motores desligados e com sistemas que consomem energia
ligados (rádio/cd, frigorífico, GPS/Chartplotter, sondas, VHF,
etc.), no momento de voltar a por a embarcação em movimento,
haja a energia mínima necessária para o motor pegar. Após pegar,
o alternador do motor carregará de novo as baterias.
Intercalar um pré-filtro de gasolina entre o tanque de
combustível e o motor de maneira a salvaguardar possíveis
passagens de combustível contaminado com água, utilizar sempre o
óleo aconselhado pelo fabricante e verificar assiduamente os
níveis, incluindo o da caixa de engrenagens.
por uma pesca
responsável